A Rio Bravo Investimentos está em sua segunda fase de captação de investimentos. O fundo, que já captou R$ 300 milhões em 2010, pretende reunir o mesmo valor até o final de março deste ano. Os recursos serão aportados em projetos de energia renovável, especialmente em parques eólicos.
O fundo tem hoje 570MW em usinas eólicas contratadas por certames realizados pelo governo, fora outros projetos hidrelétricos. Para o próximo leilão de energia nova A-3, “ainda não há parcerias firmadas”, mas, segundo Sérgio Guimarães de Melo Brandão, co-gestor do fundo de energia da Rio Bravo, “há conversas em andamento”.
De acordo com Brandão, a queda da tarifa eólica nos últimos leilões não preocupa os investidores. “Não é que o preço é baixo. É que os custos dos equipamentos estão melhores. Se você conseguir negociar o preço dos equipamentos bem, o valor do MWh fica adequado ao investimento”, ameniza.
Brandão explica a fórmula do sucesso nos certames. “Para ser bem sucedido no leilão precisa ter volume. Aos preços atuais, eólica não é um jogo para pequenos projetos. É preciso ter volume para poder negociar condições de pagamentos melhores com os fornecedores de equipamentos”.
O gestor continua com as explicações. “Tendo isso acertado antes, você sabe exatamente quanto vai custar seu projeto. Portanto, vai com segurança maior para o leilão, uma vez que tem consciência do preço mínimo que pode chegar”. Sem perder o ritmo, ele aconselha: “quem for com um projeto pequenininho vai ter dificuldade de negociar bons preços. Até porque, os preços só vão subir por aqui se chover menos”.
Questionado se o fundo tem a intenção de investir em outras fontes, como a fotovoltaica, Brandão responde que está satisfeito com os empreendimentos com os quais vem trabalhando. “Só vamos investir em alguma coisa no caso de um projeto excepcionalmente bom. Por hora, estamos satisfeitos”, afirma.
“Temos até outubro de 2013 para terminar a fase do busca por novos projetos. Estamos com tanta coisa em carteira que a gente não tem pressa”, conclui o executivo, que participou nesta terça-feira (14/2) do Congresso de Financiamento e Investimento para Projetos de Energia, realizado em São Paulo.
A Rio Bravo
A primeira emissão de cotas do fundo, iniciada em agosto e encerrada em setembro de 2010, levantou o montante de R$ 300 milhões, principalmente junto a fundos de pensão nacionais. O patrimônio do fundo tem como destino investimentos em companhias nacionais que atuem no setor elétrico.
A primeira emissão de cotas do fundo, iniciada em agosto e encerrada em setembro de 2010, levantou o montante de R$ 300 milhões, principalmente junto a fundos de pensão nacionais. O patrimônio do fundo tem como destino investimentos em companhias nacionais que atuem no setor elétrico.
A Rio Bravo Energia nasceu de um movimento associativo de fundos de pensão, a maioria de representantes de empresas do setor elétrico. Começou a tomar forma em 2008, a partir de uma iniciativa do diretor superintendente da Fundação Itaipu Brasil de Previdência Complementar, Silvio Rangel, apoiada inicialmente por Luiz da Penha, da Fachesf (Chesf) - que tinha por objetivo a realização de um processo de seleção de um gestor nacional para constituição de um FIP focado no setor nacional de energia.
Além destes dois fundos de pensão, participaram para a criação da Rio Bravo a Eletroceee (CEEE), Brasiletros (Ampla), Previnorte (Eletronorte e outros) e Elos (Eletrosul), além da Banesprev (Santander).
Fonte: Jornal da Energia - 14 de Fevereiro de 2012